O número de casos de câncer somente aumenta no país. Já é a terceira causa de morte mais frequente entre homens e mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A maior parte das pessoas com a doença só a descobrem quando o tumor está em estágio avançado, as chances de cura são menores e há dor, um dos sintomas do câncer.
A dor relacionada às doenças neoplásicas, ou seja, com presença de tumor, é sentida por 50% dos pacientes, independentemente do estágio da doença. Entre os indivíduos em que o câncer é considerado avançado, 70% convivem com a dor, revelam as estatísticas levantadas pelos autores do artigo Dor no doente com câncer: características e controle, Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta, Maria Sumie Koizumi e Manoel Jacobsen Teixeira.
Tanto o tumor primário ou suas metástases quanto a terapia anticancerosa e os métodos de investigação podem causar dor no paciente com câncer. Em alguns casos, o sintoma não está relacionado à doença e precisa ter as causas investigadas. Situações como a incapacidade física, o isolamento social e familiar, as preocupações financeiras e o medo da mutilação e da morte podem estar associadas à sensação dolorosa.
Entre os sintomas do câncer, a dor é um dos que podem ser controlados
Somente o paciente sabe pelo que está passando e o que sente. Entender o que causa a dor depende da compreensão do seu caso específico por parte dos profissionais que o assistem. Uma conversa franca entre ambos é o começo do processo de controle da dor do paciente oncológico.
Outro aspecto da avaliação do quadro é medir a intensidade da dor. Esta informação permite a elaboração de um diagnóstico correto e auxilia na escolha da melhor terapêutica para redução ou fim do sintoma.
No Guia para Tratamento da Dor no Câncer, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define que a melhor maneira de aliviar a dor é tratar o câncer em si. O uso de medicamentos, como analgésicos, e psicoterapia são válidos como tratamentos complementares ao da doença propriamente dita.
Uma prática comum é o médico especialista no tratamento da dor sentida por pacientes oncológicos prescrever remédios orais capazes de atenuar o sintoma e orientar que sejam tomados diariamente, em horários pré-determinados, e não somente quando o paciente estiver com dor.
Em busca de alívio, muitos pacientes decidem automedicar-se sem nem conversar com o médico responsável pelo tratamento do câncer. Muitos remédios que prometem cessar a dor são vendidos sem receita médica e têm sido muito usados pela população em geral. Além de a automedicação ser um risco potencial, a dosagem desses medicamentos não é a adequada para pacientes que sentem dor devido ao câncer. Para eles, há recomendações específicas que somente um médico especialista está apto a indicar.
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