Um dos assuntos mais discutidos no momento é sobre a relação entre a obesidade e o câncer. De fato, não é segredo para ninguém que a adoção de alimentação sem nutrientes, com o sedentarismo pode originar diversas doenças crônicas e cardiovasculares. No entanto, mesmo para quem tem um estilo de vida saudável, a concentração de gordura pode apresentar um risco.
De acordo com a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), o excesso de gordura corporal representa um risco para o desenvolvimento de, pelo menos, 13 tipos de cânceres, incluindo o câncer de esôfago (adenocarcinoma), estômago, pâncreas, intestino, rins e mama.
Isso ocorre porque o excesso de gordura corporal provoca um estado de inflamação crônica, aumentando os níveis hormonais e, com isso, provocando o crescimento acelerado das células cancerígenas.
No artigo de hoje, saiba mais sobre a relação entre a obesidade e o câncer, além de conhecer dicas de como adotar um estilo de vida mais saudável. Acompanhe a leitura!
Quais os tipos de câncer têm maior relação com a obesidade?
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard e a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) demonstrou quais os tipos de câncer tem maior relação com a obesidade.
Segundo o levantamento, o excesso de peso e a obesidade foram fatores de risco no desenvolvimento do câncer de mama (5 mil casos) e do colo de útero (2 mil) em mulheres. Já nos homens, a maior incidência foi do câncer de cólon (1 mil) e próstata (900).
De acordo com as projeções da IARC, com o aumento da expectativa de vida e o progressivo envelhecimento populacionais, a previsão é que o número de novos casos de câncer chegue a quase 640 mil em 2025. Cerca de 29 mil (5%) estarão associados ao excesso de peso.
Por isso, ao verificar a relação entre obesidade e o câncer, é importante adotar um estilo de vida mais saudável para prevenir a ocorrência desses novos casos.
Vale destacar que, especificamente no caso do câncer de mama, o risco em mulheres pós-menopausa e obesas chega a ser 2 vezes maior.
Por que a obesidade pode levar ao câncer?
Sabemos que nem toda pessoa com um IMC fora do considerado “normal” tem um estilo de vida sedentário, inclusive é mito que toda pessoa obesa é sedentária. No entanto, o acúmulo de gordura nos tecidos pode levar a uma produção maior de hormônios, o que estimula o aparecimento dos tumores hormônio-dependentes.
Por esse motivo, o câncer de mama e de próstata, que estão diretamente vinculados ao crescimento hormonal inadequado, representam bem essa relação entre a obesidade e o câncer.
Além disso, por levar o organismo a um estado inflamatório crônico, há uma redução da imunidade. Com as defesas em baixa, as células tumorais têm maior espaço para se desenvolverem.
Ou seja, mesmo adotando um estilo de vida saudável, o excesso de gordura corporal pode prejudicar a sua saúde e levar ao desenvolvimento de vários tipos de cânceres.
Como prevenir o câncer?
A união entre exercícios físicos regulares e uma dieta saudável é a chave da prevenção contra o câncer. Inclusive, recomenda-se dar preferência para os alimentos in natura, ao invés das refeições processadas ou ultraprocessadas, como os fast foods.
Se você está mudando de hábitos, está no caminho certo. Até porque, mesmo que você não esteja com excesso de gordura corporal, a adoção de um estilo de vida saudável é fundamental para manter a sua saúde e evitar o surgimento de doenças, como problemas cardiovasculares.
Importante ressaltar que, desde 2014, o Brasil já vem adotando políticas públicas para a promoção de mudanças de hábitos na população. Ao lado de outros países das Américas, assinamos o Plano de Ação para Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes, durante o 53.º. Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), lançando o Guia Alimentar para a População Brasileira.
Entre as principais recomendações estão o maior consumo de frutas e verduras, a redução do açúcar e do sal, e a substituição dos produtos industrializados por comidas orgânicas, além da prática regular de atividades físicas.
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